Seu filho é muito agressivo e bate nos outros? Saiba o que fazer



Quando falamos de uma criança agressiva estamos nos referindo a um padrão de comportamento e não de um tipo de personalidade, como explica a psicóloga Rosimeire Oliveira
Olá, eu tenho dois filhos de idades de cinco e um ano. O mais velho desde que começou a ir a escola começou com atitudes hostis com amiguinhos como morder e bater. A pedido do colégio, procurei psicólogo que me ao fim informou que era um caso normal de uma criança que cresceu junto com adultos e cercado de toda atenção pra ele. No ano seguinte me mudei e ele mudou de escola e os problemas continuaram e novamente fui aconselhada a levá-lo a psicólogo, que não diagnosticou nenhum problema. Hoje ele está no terceiro período e muito pior do que os dois períodos anteriores, apesar de ser muito inteligente. Ele é carinhoso em certos momentos, sensível e tem um “bloqueio” com o pai desde pequenino. Moro com um outro rapaz que sempre foi muito presente e amigo dele, e tive o filho mais novo. Ele tem usado muito a cor preta em seus desenhos, rabiscos ou qualquer coisa que envolva a pintura. Já conversei, coloquei de castigo, e até mesmo fui contra o que detesto e acabei por bater nele também. E não é só na escola: é em casa com o irmão, na rua com os vizinhos e agora até mesmo com padrasto. Preciso de ajuda para saber o que fazer.
Agradeço desde já.
Quando você conversou com ele sobre o comportamento agressivo o que foi que ele disse? Entender o que ele pensa e quais são suas justificativas é o primeiro passo para ajudá-lo.
Crianças com essa idade tendem a ser mais ativas, isso é normal. Porém, a agressividade que você relata pode ser sinal de alguma dificuldade de convivência em grupo. Isso pode ser prejudicial para o futuro dele, uma vez que é na infância que formamos a nossa personalidade.
As crianças são muito emocionais e pouco racionais. Por algum motivo o seu filho está expressando suas emoções por meio da agressividade. Sentimentos de vulnerabilidade e insegurança costumam ser o motivo da agressividade nas crianças, e também nos adultos.
A entrada na escola é um acontecimento totalmente novo e traz muitas mudanças na vida emocional das crianças. O esperado é que essa mudança ensine a criança interagir com as outras pessoas, desenvolver habilidades sociais e se adaptar a ambientes diferentes do familiar. Mas, algumas crianças podem não se beneficiar desse contato e, ao invés disso, sentem necessidade de agir de maneira agressiva como forma de se defender de um ambiente que é considerado por ela como hostil.
Como resultado desse comportamento, as outras pessoas respondem com irritação, mais agressividade, punição e isolamento. Desta forma, elas se sentem ainda mais hostilizadas, e consequentemente, sentem necessidade de se defenderem com mais agressividade. Acaba virando um círculo vicioso.
Mas, fique tranquila, esse é um fato comum, você e seu filho não é o único a passar por isso. Existem formas eficazes de lidar com a agressividade das crianças. É fundamental diferenciar o mau comportamento de uma criança má. Quando falamos de uma criança agressiva estamos nos referindo a um padrão de comportamento e não de um tipo de personalidade. Ao invés de rotularmos a criança como má, devemos compreender que ela está agindo assim porque, provavelmente, não aprendeu uma forma melhor de interagir com os outros. A agressividade nada mais é do que uma maneira inadequada que seu filho encontrou para mostrar que está com problemas e precisa de ajuda.
Ele precisa aprender que há outras formas melhores do que a agressividade de interagir com outros e de pedir ajuda para resolver os seus problemas. É importante que você consiga mostrar para ele os benefícios de se comportar de outras maneiras.
O primeiro passo tem que ser identificar qual o problema que ele está vivendo. Isso pode ser feito com uma conversa franca, objetiva e sem pré-julgamentos. É preciso criar um ambiente no qual ele se sinta seguro e à vontade para expor seus sentimentos. Pois, a qualquer sensação de ameaça, ele irá reagir de maneira agressiva, afinal é assim que ele aprendeu se defender.
Se você agir de forma diferente frente quando ele for agressivo, ele pode não entender qual é o padrão ideal
O segundo passo é ensinar outras formas de agir. Quando ele for agressivo tire-o da situação e argumente com ele, pergunte como ele se sentiria se alguém o tratasse da maneira que ele está tratando o outro. Com cinco anos ele já tem condições de criar empatia. Argumente que é natural ele ficar com raiva, mas que não é bom para ele demonstrar isso chutando, batendo ou mordendo. Dê exemplos de outras formas de agir para resolver o problema. Ele precisa encontrar alternativas, que você pode oferecer exemplificando maneiras não agressivas de resolver problemas.
Sempre que ele agir sem agressividade elogie o comportamento e fale sobre o quanto é melhor para ele e para os outros ele agir dessa forma. Ele precisa entender os benefícios que terá ao se comportar de outra forma.
Pra que a mudança de comportamento seja efetiva, você teve tomar essa ação sempre que observar um comportamento agressivo. Se você agir de forma diferente frente quando ele for agressivo, ele pode não entender qual é o padrão de comportamento ideal a ser seguido. Por exemplo, se às vezes conversar com ele e mostrar alternativas, outras vezes se exaltar ou ainda ignorar o que está acontecendo, ele poderá ficar confuso.
Se você agir sempre da mesma maneira, ele irá aprender mais facilmente o modelo que comportamento que está sendo ensinado e se sentirá seguro para segui-lo. Crianças se sentem inseguras quando os adultos a seu redor alteram muito o padrão de relacionamento com elas.
Se for difícil para você fazer isso sozinha, continue procurando ajuda. Procure um terapeuta especializado no atendimento de crianças. Discuta com ele o tratamento do seu filho sempre que achar necessário.
Mas, toda essa situação também deve ser muito difícil para você. Para enfrenta-la e conseguir ajudar seu filho você precisa estar bem emocionalmente, o que não dever estar sendo fácil. Por isso, sugiro que você também busque ajuda de um psicólogo para encontrar seu ponto de equilíbrio e conseguir superar essa fase com o menor sofrimento possível, para você e para seu filho.

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